Seminário Internacional de Economia Institucional

 

Mudança de Local

A Comissão Organizadora informa que o Seminário ocorrerá no Auditório Manoel Vereza, no Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) da UFES, e não no Salão Rosa, conforme divulgado pelos cartazes e folders.
Sobre o Seminário

O debate acadêmico sobre teoria institucionalista reacendeu fortemente a partir dos anos 1970 nos Estados Unidos e Europa, estabelecendo questões complexas que encorajaram o desenvolvimento teórico das escolas já estabelecidas e o surgimento de novas abordagens. Por conta desses avanços, emergiram novas correntes que, em suas respectivas áreas, enriqueceram o debate sobre temas da atualidade tais como mudança tecnológica, desenvolvimento econômico, financeirização e crises financeiras, e o papel do Estado na economia e das instituições em geral.


Ao longo das últimas décadas, novas agendas de pesquisa foram sendo definidas, avanços teóricos e metodológicos inovadores (embora nem sempre convergentes) foram alcançados, mas infelizmente boa parte desta literatura não tem sido publicada em português. Tal fato dificulta ao estudante de Economia do nosso país o acesso a esta literatura de ponta que tem grande aceitação nos meios acadêmicos internacionais, e que tem sido objeto de pesquisas teóricas e aplicadas em vários centros de excelência acadêmica do mundo.

O Seminário Internacional de Economia Institucional visa debater os avanços teóricos da teoria Institucionalista nos seus aspectos mais gerais e aplicados, encorajando alunos de graduação, pós-graduação e professores das mais diversas instituições de ensino superior do Espírito Santo e de outros estados a desenvolver pesquisas teóricas e aplicadas usando este referencial teórico multidisciplinar.

O Seminário ocorrerá no dia 16 de dezembro de 2009, no Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

O quê é Economia Institucional?

É
uma agenda de pesquisa multidisciplinar em teoria Econômica que teve seu início no final do século XIX, e que se desbobra atualmente em diferentes correntes teóricas heterodoxas.

O quê são instituições e por quê elas são importantes?

Não há entre as várias escolas uma definição única e universal para o termo. Em termos gerais, o conceito de instituição pode ser resumido como um conjunto de normas, valores e regras, e sua evolução.
Esta noção inclui não só organizações (escola, governo, bancos, família, etc) mas também um conjunto de usos e costumes, leis e códigos de conduta, modos de pensar e de agir culturalmente sedimentados. Em outras palavras, instituições são padrões de ação coletiva enraizados na cultura de cada sociedade, que inclui inclusive hábitos de pensar e comportamentos rotineiros. Através da evolução das instituições, os estudiosos buscam captar a evolução do sistema econômico de cada nação.

Quais são as contribuições desta Escola para a ciência econômica e para a explicação dos fenômenos econômicos do mundo real?

Inúmeras. O surgimento de novas tecnologias e o enorme progresso daí decorrente ao longo da história do capitalismo são atribuídos ao desenvolvimento de “estruturas institucionais” que foram evoluindo juntamente com a sociedade e que tornaram-nas capazes de operar de maneira economicamente eficaz um volume crescente de riqueza produtiva e financeira. Isso não significa que a existência de instituições é suficiente para promover desenvolvimento econômico de forma harmônica para todas as nações. Quer dizer que instituições (leia-se regras, leis, códigos formais e auto-impostos, restrições) são importantes porque promovem certo grau de cooperação exigido para se lograr melhor eficiência econômica nas ações coletivas dos agentes. Se as instituições de per si não são capazes de gerar harmonia de interesses e equilíbrio macro ou microeconômico, como normas funcionais de ação coletiva, elas tem o potencial de colocar ordem nos conflitos, tendo assim um papel fundamental na evolução da sociedade.

Quais são as principais correntes, os principais autores e a idéia central desta abordagem?

Na literatura sobre o pensamento institucionalista é reconhecida a existência de dois programas de pesquisa fundamentais: o Institucionalismo Original (ou Antigo Institucionalismo Norte-Americano), e a Nova Economia Institucional (NEI).

Thorstein Veblen é considerado o fundador da “velha economia institucional”. Em seu livro “A Teoria da Classe Ociosa” de 1899, ele estabeleceu as bases teóricas do institucionalismo introduzindo o papel e a importância das instituições na evolução da sociedade capitalista, apontando novos rumos teóricos para a ciência econômica. Além dele, os economistas Clarence Ayres, John Commons e Wesley Mitchell produziram ao longo das primeiras décadas do século XX contribuições teóricas e empíricas relevantes para esta abordagem.

Após a segunda guerra mundial, o institucionalismo americano entra em declínio. A discussão concernente ao papel das instituições na economia foi retomada pela escola denominada por Oliver Williamson (Nobel de Economia em 2009) de Nova Economia Institucional (NEI). A NEI pode ser subdividida em duas correntes distintas: pelos trabalhos de Ronald Coase (Nobel de Economia em 1991) e Oliver Williamson de deram origem à Teoria dos Custos de Transação (TCT), e na análise de Douglass North (Nobel de Economia em 1993) sobre história e desenvolvimento econômico.

Há ainda várias outras Escolas de Pensamento que tem pontos em comum a estas duas correntes principais, quais sejam: a Escola Francesa da Regulação, a Escola Evolucionária (ou Neo-schumpeteriana), e a abordagem Pós-keynesiana.


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